quarta-feira, 20 de março de 2013

PENSE MUITAS VEZES ANTES DE PROMOVER SEU MELHOR VENDEDOR PARA O CARGO DE GERENTE DE VENDAS.

Entendo que o sucesso de qualquer empreendimento esta intimamente ligado a sua habilidade comercial. A capacidade de identificar, criar, operar canais de vendas capazes de viabilizarem os negócios e propiciarem seu crescimento e esse tema, sem dúvida alguma, pode ser abordado por vários ângulos.
Em diversos textos postados neste blog tenho compartilhado uma das poucas certezas que consolidei ao longo de minha vida como executivo, empresário e consultor: O Fator Humano, Gente, é o que faz a diferença!
Por que a associação dessas duas idéias?
Simples. Por razões diversas, e algumas motórias, tenho meditado muito sobre a eficácia das estruturas comerciais e a questão sobre se o melhor vendedor pode ser automáticamente transformado no melhor gerente de vendas tem sido recorrente nesse processo.
Essa preocupação me levou a um texto de autoria de Andris A Zoltner, PK Sinha e Sally E Lorimer que quero compartilhar aqui e que foi veiculado pela Harvard Business Review  onde eles revelam que fizeram essa pergunta crucial a diversos expoentes de áreas comerciais e a resposta quase unânime foi “não!”.
Nesses contatos observaram que parodoxalmente, e muitas vezes, esses lideres de vendas procuram candidatos à gerência em seus quadros e selecionam o melhor vendedor para o cargo de gerente na presunção de que o sucesso já alcançado nas vendas será repetido em sua gestão.
Concluiram, naturalmente, que muitos grandes vendedores tornaram-se ótimos gerentes, mas essa não é a regra. O comum é que ocorram uma ou mais das seguintes situações:
1-       Não conseguem se desligar de suas antigas funções e assumem o relacionamento com os clientes, envolvem-se no fechamento de negócios o que abala a confiança e desmotiva os vendedores que ficam enfraquecidos diante dos clientes;
2-       Administram apenas por resultados e esperam que  todos obtenham os mesmos níveis que eles alcançaram, mas não fazem um bom trabalho de coaching e falham em dar feedback construtivo em como atingir objetivos e metas;
3-       Evitam as responsabilidades de gestão e ficam frustados com as inúmeras rotinas, atividades e tarefas fundamentais que lhes são requeridas.
Em pouco tempo as equipes de vendedores que eles administram param de se aperfeiçoar e evoluir e logo ficam desiludidas e pouco engajadas em seu trabalho correndo até o risco de se desligarem da empresa. Toda a estrutura sofre as consequências e o rendimento global fica em perigo.
Sucesso em vendas e sucesso em gestão requerem habilidades e atitudes diferentes. Os vendedores são bem sucedidos quando atendem às necessidades dos clientes e atingem as metas financeiras da empresa em suas áreas de atuação. Os gerentes também precisam atender às necessidades dos clientes e alcançar os objetivos da empresa, mas eles não são os caçadores, os astros ou os centros das ações. São os treinadores e não os jogadores, eles se realizam alcançando os objetivos através dos outros. Não raciocinam a partir do “eu”, mas sim da “equipe”. Eles ajudam e orientam as pessoas a crescerem.
Os autores ressaltam os cuidados que devem ser tomados quando o processo de selecionar um gerente de vendas é desenvolvido a partir de equipe de vendedores destacando que a característica principal não deve ser apenas a excelência em gerar expressivos resultados de vendas, mas também, e sobretudo, sua capacidade em ensinar outras pessoas a venderem agindo como mentores para novos vendedores. Sugerem, a partir de exemplos identificados nas pesquisas que levaram a efeito para embasar seu trabalho, a implantação de programas de desenvolvimento de competências como coaching, gestão de desempenho, entrevistas e negociações envolvendo os membros de sua equipe de vendas. Programas dessa natureza podem auxiliar significativamente tanto aos candidatos como às empresas na condução mais eficaz do processo de escolha do gerente de vendas.
Outra situação que analisam com propriedade é quando um excelente vendedor pretende tornar-se gerente de vendas sem possuir as características que a função requer. Sugerem algumas abordagens preliminares para contornar a situação, mas a conclusão a que chegam é que realmente importa: é necessário ter a coragem para deixar claro que a pessoa é mais importante como colaborador individual, na função para a qual tem seu talento reconhecido mesmo assumindo a possibilidade de vir a perdê-lo no processo. A alternativa, muito pior, seria colocar em risco toda a operação em decorrência de gestão pouco eficaz que a falta de habilidade especifica certamente acarretaria.
Os professores citados, que são autores de “Building a Winning Sales Management Team: The force Behind the Sales Force”, publicado por ZS Associates Inc., onde tratam da importância do escalão “gerência” na construção de forças de vendas, discorrem sobre diversos modelos para administrar esse tipo de questão, mas meu propósito aqui não é esse, mas sim levantar o título deste “post” como Tema para Meditação por sua relevância e frequência que ocorre. As consequências desse erro muito comum podem ser fatais a muito projetos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário