sexta-feira, 6 de abril de 2012

COISAS DIFÍCEIS DE SEREM DITAS


Gente é que importa, é o que faz as coisas acontecerem!

Então é fundamental colocar gente no centro dos “Temas para Meditação” coerente com os propósitos desse blog e, por isso, vamos compartilhar algumas idéias sobre esse assunto a partir de três colocações muito simples e difíceis para os seres humanos assumirem. São elas: “Eu não sei”, “Preciso de auxílio” e “Eu estava errado”.

No ambiente de trabalho essas frases podem ter implicações significativas. 

1.       Eu não sei.

É impressionante o número de pessoas que temem essas palavras com receio de demonstrarem fraqueza ou serem consideradas incapazes.

Ledo engano!

O advogado Mark McCormack, já falecido, fundador da IMG e que se notabilizou como empresário de inúmeros atletas profissionais do porte de Bjorn Borg, Chris Evert, Peter Sampas, Michael Schumaker, Tiger Woods, da modelo Kate Moss e que se envolveu em projetos especiais para Margareth Thatcher e Mickhail Gorbachev, contou que no contato inicial com seu cliente inaugural, Arnold Palmer, primeira grande estrela televisiva do golf americano, que de pronto só podia lhe garantir duas coisas: primeiro, que quando não soubesse alguma coisa lhe diria e, segundo, que quando não soubesse acharia alguém que soubesse.

Com o correr do tempo aprendeu muitas coisas, mas continuou a usar as palavras “eu não sei” mais e mais tempo, mesmo quando sabia e isso com o propósito de conseguir mais informações, de poder comparar versões de coisas que já sabia e também para apresentar um estilo mais “reservado” em oposição ao de sabe tudo. Ele vivia em meio a “estrelas” de primeira grandeza.

Em seus comentários sobre o tema alerta as pessoas que não admitem que não sabem para o risco que correm de colocarem em dúvida o que realmente sabem. 

2.       Preciso de auxílio.

Algumas pessoas receiam pedir ou aceitar ajuda por acreditarem estarem fazendo provas de que são incapazes no seu trabalho.

Outro ledo engano!

Não pedir ajuda é falta de visão e estreiteza de raciocínio. Ao contrário, buscá-la é meio de aprendizado, de expansão de conhecimento, de capacidade e de seu valor para a empresa.

Lógico que há limites. Solicitar repetidas vezes a mesma ajuda pode indicar certa dificuldade de aprendizagem, mas na maioria das vezes as pessoas tendem mais a não buscar ajuda suficiente do que pedi-la em excesso.

Importante também é saber prestar ajuda quando solicitada. As pessoas que relutam em dividir seu conhecimento, seus contatos com outros dentro da mesma companhia simplesmente não poderão contar com apoio muito significativo quando precisarem dele.

Qualquer administração esclarecida irá se lembrar e reconhecer sua disposição para aceitar e oferecer ajuda e todas as organizações bem dirigidas dispõem  de mecanismos para conciliar os interesses individuais com o interesse da organização. O que não se permite é que o interesse individual se sobreponha ao interesse empresarial. 

3.       Eu estava errado.

Essa é difícil mesmo.

Admitir o erro requer coragem, mas é preciso fazê-lo. Quanto menos seguras as pessoas são em relação às suas capacidades, maiores serão as dificuldades para admitir seus erros. Não é o erro em si que conta, mas sim a maneira como ele é manipulado que forma a impressão duradoura.

As pessoas estariam melhores e seriam vistas de maneira diferente se conseguissem admitir seus erros e avançar com eles ao invés de desperdiçar tempo de outras pessoas tentando racionalizar, encobrir ou atribuir a culpa à outra coisa qualquer.

O admitir o erro é essencial para ter condições de aprender com eles, deixá-los para trás e caminhar em busca de outras coisas que conduzirão ao sucesso. 

Essa questão é a mais complexa das três. Os níveis de tolerância das empresas com os erros variam radicalmente em função de diversos fatores como o momento especial que esta vivendo, tanto interno quanto externo, o dinamismo de seu setor da atuação, o nível de desenvolvimento tecnológico, sua cultura e vários outros fatores. 

Sem alongar no assunto, nos limites dessas postagens, queremos registrar a importância de se criar ambiente de confiança e respeito onde a figura do medo possa ser abolida e que todos possam se sentir seguros para exercerem seus trabalhos com criatividade, simplicidade, foco e comprometimento. 

Vale pensar sobre isso.
           
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­Fontes : O que não se ensina em Harvard Business School – Mark McCormack : Grandes decisões sobre pessoas – Claudio Fernández-Aráoz