Sir. Richard Branson, inglês que aos 20
anos de idade fundou o Grupo Virgin
(1), é mundialmente respeitado por ser o único empresário que criou oito
empresas bilionárias em oito setores diferentes e isso sem frequentar nenhuma
Business School (disléxico, deixou a escola aos 16 anos).
Autor de alguns livros, recentemente
lançou o “Like a Virgin: Secrets They Won’t Teach You at Business School” onde analisa situações e compartilha sabedoria
e experiência que fizeram dele a celebridade que é.
Nessa obra dá dicas sobre sucesso em
vários campos de negócios além de comentários contundentes sobre a crise
financeira global.
O site businessinsider selecionou algumas
ideias veiculadas nessa obra que podem trazer subsídios úteis para empreendedores,
para aprimorar características de lideranças ou mesmo ajudar no desenvolvimento
de carreiras. Crendo que convém conhecê-las vamos compartilhar aqui alguns
tópicos.
“Se não lhe der prazer, não faça”.
Tocar um negócio requer bastante
sangue, suor e lágrimas (2), mas no fim do dia você deve estar convencido de ter
feito algo do qual se orgulhe. Benson quando iniciou a Virgin, então uma loja de CDs, num porão de Londres, não tinha um
grande projeto ou estratégia, tão pouco pretendia criar um império. Procurava
fazer algo do qual se orgulhasse, reunindo talentos para juntos criarem algo
que fizesse real diferença na vida de outras pessoas.
“Apareça”.
Quando iniciou a Virgin Airlines, Bensson recebeu de Sir. Freddie Laker, ícone da
British Airline, conselho que entende eterno e que pratica ao extremo: “Trate
de aparecer nas primeiras páginas e não nas últimas. Exponha-se ainda que
precise se exceder. De outra forma você não vai sobreviver”. Benson esta sempre
em viagem se encontrando com o maior número possível de pessoas e assim capta
as melhores ideias e sugestões para seus negócios.
“Escolha seu nome sabiamente”.
Há consenso que nome e marca “Virgin” têm muito a ver com o sucesso
do Grupo e Branson se empenha para que o nome “Virgin” seja associado à agregação de valor, serviço diferenciado,
abordagem leve e “sexy”. Conta que quando escolheu o nome para a loja de CDs
que originou o grupo estava conversando com um grupo de garotas de 16 anos quando
“Virgin” foi sugerido e percebeu na
hora que a palavra, na época bem “picante”, chamaria atenção para seu negócio.
Decidiu no ato!
“Não se toca um negócio sem assumir
riscos”.
Quando aconselha sobre riscos de
negócios, Branson com frequência cita: “O arrojado pode não viver para sempre –
mas o cauteloso (em excesso é óbvio)
não sobrevive”.
Todo negócio envolve riscos.
Prepare-se para apanhar, diz ele, mas sucesso raramente vem quando se busca
segurança máxima. Você pode falhar, mas ele ousa afirmar que “o fracasso total
não existe”.
“A primeira impressão é que conta. A
segunda também!”.
A primeira impressão que se causa no
cliente é quando ele é conquistado. Essa primeira impressão é extremamente
importante, mas a segunda é igualmente importante.
De acordo com Branson a segunda
impressão ocorre quando o cliente procura a Virgin
com um problema com seu produto ou serviço. A forma como você e sua marca se
posicionam nessas situações define como são as verdadeiras relações com os clientes
e como os obstáculos são administrados.
“A perfeição é inalcançável”.
“Há perigo intrínseco em permitir que
as pessoas pensem que fizeram algo perfeito, quando isso ocorre a tendência é
que se acomodem com suas conquistas enquanto inúmeras outras pessoas trabalham
intensamente para melhorar suas performances”.
Por essa razão ele nunca avalia alguém
com 100% de resultado por acreditar que por mais brilhante que tenham sido as soluções
sempre haverá espaço para melhorias.
“O cliente sempre tem razão, a maior
parte do tempo”.
O cliente tem sempre razão... a menos
que esteja errado. Afinal, eles também são humanos. A opinião deles é
importante, mas não estruture seu SAC sob a premissa que sua organização nunca
questionará os caprichos de seus clientes.
Branson alerta que a crença de muitos
empresários que a política do “cliente sempre tem razão” alavancará seus
negócios é apenas parcialmente certa e é importante cuidar para que as relações
de clientes e equipe não se deteriorem com as políticas do SAC.
“Foque no que você sabe fazer”.
Esse conselho é o oposto do que fez
com “Virgen” que esta em vários
setores distintos. Mas esclarece que sua marca esta muito focada em uma coisa:
Encontrar formas diferentes das pessoas se divertirem.
Fique com o que você sabe fazer bem.
Prometa menos e entregue mais! Se você não definir sua marca os concorrentes o
farão.
“Explore áreas novas”.
Branson compara o desenvolvimento de
novas áreas de negócios à exploração de novos setores em tecnologia ou
geografia. Podemos encontrar novas espécies ou entender melhor as águas
profundas.
Traduzindo em negócios: Há muitas
coisas que ainda não foram criadas, descobertas ou aperfeiçoadas. Entrar em áreas
pouco exploradas, ou não exploradas, pode abrir novas oportunidades ou
inovações.
“Cuidado com o ambiente “nos contra
eles”“.
O local de trabalho deve ser de tal
forma que patrão e empregados se comunicam bem e todos trabalham para alcançar os
mesmos objetivos. Se os empregados não percebem a empresa no sentido de “nos” é
sinal que o pessoal acima e abaixo na cadeia de comando não está se
comunicando.
Se você acredita que há discrepância
ou tensão entre empregados e gerência, a recomendação é agir junto à gerência
intermediaria de modo a identificar a fonte dos problemas e eliminá-los.
“Construa uma zona de conforto
corporativo”.
Os empregados devem se sentir seguros
e encorajados a se expressarem livremente sem rígidos limites de modo a poderem
trabalhar melhor e tomar boas e impactantes decisões.
Isso pode parecer truísmo, mas é
preciso que se diga: é necessária uma força de trabalho engajada, motivada e
comprometida para entregar serviços ou produtos de primeira classe e construir
um empreendimento sustentável.
“Nem todos podem ser CEO”.
O administrador deve ser capaz de
estimular o melhor das pessoas; alguém que comunique bem com os outros e ajude
os empregados a aprender com os erros ao invés de criticá-los.
Nem todos conseguem fazer isso bem. O
fundador pode, mas não necessita ser o CEO; se não desempenha bem, deve saber a
hora de passar o bastão para outra pessoa que o faça.
“Procure uma segunda opinião. Depois
uma terceira”.
Para ter sucesso seja um bom ouvinte, lance
ideias diante de diversas pessoas antes de resolver abandoná-las ou decidir implantá-las!
Em negócios, procurar várias opiniões
pode economizar enorme quantidade de tempo e dinheiro, diz Branson. Não comente
com as pessoas as opiniões dos outros até que elas deem as delas. Ao final a
conclusão pode ser até decidir que o melhor caminho é cair fora – e mais tarde
descobrir que essa era a melhor solução.
“Corte ligações, mas não queime as
pontes”.
Associações de negócios com outras
pessoas, um amigo ou sócio, nem sempre andam bem. Quando esse for o caso,
empresários vitoriosos sabem quando é hora de separar.
Mas só porque você decidiu seguir
outro caminho não significa que a relação deva terminar mal. Administre o
problema rapidamente e siga em frente, termine a relação tão amigável quanto
for possível.
“Use o telefone”.
É ótimo ser high tech, mas não mande
email quando puder falar por telefone. A qualidade das comunicações de negócios
piorou recentemente porque as pessoas evitam as ligações telefônicas e o
contato face-a-face.
Os problemas são mais difíceis de
resolver por texto ou email e não é nada eficiente permitir que um problema
aumente quando pode ser facilmente resolvido com um telefonema.
“Mudanças não devem ser temidas, mas
devem ser administradas”.
Empresas não são à prova do futuro e
nada dura para sempre. Empreendedores devem estar preparados para se adaptarem
evitando nostalgias e apegos ao passado.
Algumas vezes você terá de levar sua
companhia em outra direção porque as circunstancias ou oportunidades mudaram.
Se for o caso, descubra uma forma de inspirar todos os empregados a pensarem
como empresários. Quanto mais responsabilidade você der às pessoas melhor será
o desempenho delas.
“Quando acontecer de errar, comece de
novo, não se entregue”.
Suas decisões nem sempre serão as
melhores. Todos erram, mas o melhor a fazer em face de erros é assumi-los.
Honestidade não é apenas a melhor
política, é a única política. Quando ocorrer um erro, não se deixe consumir por
ele. Exponha o problema e faça com que seja resolvido.
“Seja um Líder, não o Chefe”.
Branson vê a imagem do chefe como um
anacronismo. Ser mandão não é característica boa no administrador. O chefe
ordena enquanto o líder organiza, motiva.
Um bom líder corporativo é alguém que
não apenas executa suas ideias, mas também inspira outros a seguirem com as
suas próprias.
________________________________________________________________________________
Fontes: - Richard Branson:”Like a Virgin: Secrets They Won`t Teach You
at Business School”, conforme Melissa Stanger em www.bussinessinsider.com; www.forbs.com.
Notas:
1 – O Grupo Virgin, composto de mais
de 300empresas, atua em setores diversos que, entre outros, incluem música,
aviação, ferrovias, telefonia móvel, biocombustíveis, hotéis e agora viagens
aeroespaciais. Fortuna pessoal de Branson, segundo a revista Forbes é de U$4,6
bilhões.
2 - “Sangue, Suor e Lágrimas” alusão à
famosa frase de Sir. Winston Churchill conclamando o povo inglês à guerra
contra os nazistas.