O papel dos recursos humanos
assume fundamental importância nesse processo. As pessoas fazem as coisas
acontecerem!
Em outro texto, ao comentarmos
sobre as dificuldades motivacionais a serem vencidas pelos responsáveis nos
processos de transformações que levam as pessoas a resistirem sair de suas
zonas de conforto e a adotarem outro modo de pensar e agir, assumindo postura
pro ativa, apontamos a possibilidade de sempre ser possível montar um time com colaboradores
de diversos escalões hierárquicos capaz de se transformar no verdadeiro agente
das mudanças.
Jack Welch em “Paixão por Vencer:
as Respostas”, respondendo a consulta sobre globalização conclui que “por falar
em pessoas, duas outras iniciativas o ajudarão no esforço de mudança, para que
a empresa esteja à altura dos desafios do mercado sem fronteiras. Primeiro,
passe a contratar apenas crentes convictos – pessoas que aceitem integralmente
a necessidade da mudança e também façam seu apostolado. E, segundo, comece a
descartar-se dos opositores, incapazes de esquecer os bons tempos, por mais que
sejam convincentes os argumentos pela mudança. Sim, alguns desses indivíduos
talvez apresentem desempenho satisfatório, mas deveriam estar trabalhando em
outro lugar”.
Jon Katzenbach, em sua obra “Os
verdadeiros lideres das mudanças”, resultado de extensiva pesquisa da McKinsey & Company , conclui que o fator
definitivo para as transformações de empresas que alcançaram níveis mais
elevados de desempenho não foi a “alta gerência”, mas sim profissionais de
nível médio, em posições intermediárias, que usando combinação de consistentes padrões
de ações puderam inspirar e motivar a força de trabalho como um todo para
implantar as mudanças que as colocaram em sintonia com as necessidades do
mercado e possibilitaram seus crescimentos.
(A análise do perfil desses
profissionais pode ser outro tema para meditação...)
Hoje há consenso entre empresas e
estudiosos de que mudanças e transformações só serão possíveis a partir do
entendimento do significado que elas têm para o elemento humano implicado no
processo. Isso nos leva a meditar sobre o papel que as organizações informais,
ou para ficar bem atual, as redes sociais informais, podem exercer ao longo da
mudança.
Há uma corrente de
administradores que pretende inibir e desestruturar as organizações informais,
as “panelinhas”, mas a verdade é que essa é missão quase impossível.
Elas se constituem em três tipos:
as redes estratégicas de informação que veicula os fatos que podem afetar a
todos os seus membros; as redes de amizade e as redes de confiança onde os
atores se dispõem a correr riscos abrindo mão do controle de resultados em consonância
com os interesses de seu grupo.
Essas redes informais, que se
consolidam com o tempo, podem se tornar o fator definitivo nas transformações ao
qual Katzenbach se refere na obra citada. Elas podem somar para viabilizar as
transformações ou para colocar obstáculos visando a manter o status quo.
Se é difícil inibir a ação dessas
organizações cabe aos responsáveis pelo projeto de mudanças procurarem identificá-las
mapeando seus canais de comunicação, seus influenciadores e suas motivações
para comportamentos homogêneos, de modo a tentar atraí-las para o projeto ou
neutralizá-las de vez.
Colocado dessa forma parece
estarmos diante de questão simples e de fácil trato, mas na verdade como essas
redes informais representam ferramentas invisíveis e poderosas nas organizações
essas avaliações requerem muita sensibilidade política e técnicas apuradas que
hoje, felizmente, constituem preocupação e objeto de estudos de destacados
cientistas sociais e já se dispõe de trabalhos interessantes que podem trazer
alguma luz ao tema.
O propósito deste blog é colocar
alguns temas para meditação e os limites deste veículo de trocas de experiências
não nos permitem alongar esse assunto que já tivemos oportunidade de vivenciar em
outras ocasiões, mas os interessados têm a seu dispor alguns trabalhos que
podem trazer mais luz a essas situações que bem compreendidas podem fazer a
diferença em o sucesso e o fracasso dos processos de mudanças que nos envolvemos.
Vale
pensar sobre isso.
Fontes: Jack & Suzy Welch –
Paixão por vencer: As respostas; Jon
Katzenbach – Os verdadeiros lideres das mudanças e A sabedoria das equipes; June Kuipers – Formal and informal networks in
workplaces ; Antonio Bastos & Mariana Santos – Redes sociais informais e
compartilhamento de significados sobre mudanças organizacionais.
Não há como acabar com as lideranças informais. É como diz a letra de uma das músicas do Raul Seixas "... você mata uma e vem outra em seu lugar."
ResponderExcluirAs organizações precisam aprender a utilizar as redes informais a seu favor e o primeiro passo é evitar o surgimento de lideranças negativas.
A liderança negativa só floresce num solo pobre em lideranças positivas. Quando os líderes formais – aqueles que possuem títulos que lhes permitem tomar decisões – se omitem ou se escondem, as lideranças informais ganham espaço para influenciar os indecisos. Um líder positivo é (1) proativo. Ele convoca a equipe e passa instruções claras e precisas, antes que a falta de esclarecimentos comece a gerar boatos. (2) Acessível. Qualquer subordinado pode procurá-lo a qualquer momento para tirar dúvidas. (3) Confiável. Ele cumpre o que promete, e não promete o que não pode cumprir. (4) Justo. Ele não forma panelinhas, nem trata de modo diferente subordinados com nível igual. (5) Enérgico. Esgotados todos os meios de resolver a questão numa boa, ele não hesita em punir os que não se enquadrarem. A aplicação dessas regras começa pela principal autoridade da empresa e se espalha pelo organograma. Quando faltam bons exemplos vindos de cima, sobram insubordinações vindas de baixo.
O proposito deste blog, como definido na primeira postagem não é didático e sim colocar "Temas para Meditação" e trocar experiências.
ExcluirEstes comentários de DYOUNG estão perfeitos e bem dentro de nossos objetivos.
Impossível acabar com as organizações informais, então urge atraí-las para o projeto, mas é fundamental neutralizar e eliminar as lideranças negativas.
As pessoas fazem as coisas acontecerem e a responsabilidade final é sempre da liderança.
As características apontadas no comentário são essenciais e, mais importante que qualquer discurso de cima, são os bons exemplos que contam e fazem a grande diferença.
Vamos retornar ao tema:Perfil dos Lideres que fazem acontecer.
DYOUNG, obrigado pela participação!