Meu propósito não é analisar a maior crise que o Brasil está
vivendo em sua história. Crise moral, ética, trazida a luz pelas investigações
da Lava Jato, e seus desdobramentos, que expuseram à exaustão a pilhagem dos
cofres públicos por quadrilhas formadas pela classe política, com cumplicidade de
todos os poderes, independente de filiação partidária, que se apropriaram do
poder e exerceram de forma sistêmica processo de corrupção que arrasou as
contas públicas, lavando ao colapso do Estado em detrimento da prestação de
serviços básicos de saúde, educação segurança, infraestrutura tudo com o
objetivo de perpetuação no poder e enriquecimento inimaginável.
O saldo da ação criminosa, que não pode passar impune, doe a
quem doer, é a total falência do Estado e que, no meu entender, tem suas faces
mais cruéis na formação de contingente de 38% de formados em universidade que
são analfabetos funcionais no sentido da incapacidade de entenderem os textos
que leem e nem realizarem as operações matemáticas básicas e na banalização da
corrupção desenfreada.
A produtividade nacional é ridícula e é o reflexo desse
quadro de desmando e da falta de competição endêmica provocada pelo jogo de
cartas marcadas que foi institucionalizado na última década.
A crise é real, milhões de brasileiros perderem seus
empregos e outros tantos foram lançados muito abaixo dos limites da pobreza
total.
Minha motivação para postar esse texto é a crença inabalável
de que é gente que faz acontecer e que milhões de brasileiros, que foram
formados sob o primado de valores imutáveis de trabalho, dedicação, disciplina,
compromisso, honestidade, respeito as pessoas e fé, continuam a trabalhar
aumentando suas competências em consequência do enfrentamento de problemas,
independentemente da situação de crise que ameaça a todos.
Essas virtudes irão prevalecer sobre os interesse dos
quadrilheiros sem ética e seus cúmplices e apoiadores que não têm como negar a
materialidade das malas de dinheiro de propinas e muitos milhões de Reais, e
outros bens, apreendidos e identificados, que afrontam a sociedade brasileira.
A Lava Jato segue implacável e há segmentos poderosos da sociedade que estão
vigilantes e não permitirão que a impunidade prevaleça sinalizando para os
jovens brasileiros que o crime compensa.
A reversão da crise virá em decorrência de nossas atitudes
pessoais em relação a ela e posição de enfrentamento das forças que a geraram.
As atitudes farão toda a diferença!
Victor Frankl (*) neurologista e psicanalista austríaco
sobrevivente dos centros de extermínio de Judeus, Auschwitz e Dachau, no seu
período de prisioneiro nesses campos, descreveu que quando todos os objetivos
comum da vida estavam desfeitos só restava a “última liberdade humana- a
capacidade de escolher a atitude pessoal que se assume diante de determinado
conjunto de circunstâncias”
Charles Swindoll (**) pastor evangélico americano (Outubro
de 1934 - ) em seu poema Atitude dá a melhor definição do impacto da atitude na
vida: “.... Atitude para mim é mais importante que fatos. É mais importante do
que o passado, que a educação, que o dinheiro, que as circunstâncias, que o
fracasso, do que os outros pensam, dizem ou fazem. É mais importante que a
aparência, dom ou habilidade. Ela fará prosperar ou ruir uma empresa, uma
igreja... uma casa. O extraordinário é que todos os dias temos a chance de
escolher como vamos encarar aquele dia. Não podemos mudar o fato de que as
pessoas reagirão de determinada maneira. Não podemos mudar o inevitável. A
única coisa que podemos fazer é continuar no único caminho que temos; esta é a
nossa atitude. Estou convencido que a
vida é 10% o que acontece comigo e 90% como reajo a isso. E assim é com você...
estamos no comando das nossas atitudes”.
Com exceção de uns poucos exemplos que cresceram nessa crise,
quase todos foram alcançados, com maior ou menor intensidade, por seus efeitos
cruéis. Mas esse enorme contingente de brasileiros que preservaram os valores
fundamentais, ainda que não tenham condições de mudar esse sistema corrupto, medíocre
e injusto, haverão de lidar com essas perdas sem assumir a postura de vítimas,
sem revolta, sem jogar a culpa em terceiros.
Cada um, entendendo que os problemas que está enfrentando deram a
possibilidade de grande crescimento, precisa levantar, no âmbito de sua
atuação, os erros cometidos, entender porque ocorreram e quais suas consequências
na intensidade dos reflexos da crise que lhe atingiram pessoalmente.
Aí sim, a compreensão dos problemas, seu enfrentamento e superação,
ou pelo menos a redução dos “danos colaterais”, terá propiciado grande
aprendizado com significativo impacto nas suas competências. O resultado
positivo de situação negativa!
A partir daí cumpre tomar a atitude de
assumir sua responsabilidade pessoal continuando a trabalhar seguindo valores
éticos, acumulando mais experiência e conhecimentos que certamente o levarão a
alcançar o sucesso.
Dissertando sobre o tema sucesso, Viktor
Frankl, diz: “Sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido, ele deve
acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de dedicação pessoal a uma
causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser. A
felicidade deve acontecer naturalmente, e o mesmo ocorre com o sucesso; vocês precisam
deixa-lo acontecer não se preocupando com ele. Quero que vocês escutem o que
sua consciência diz que devem fazer e coloquem-no em prática da melhor maneira
possível. E então verão que alongo prazo – estou dizendo a longo prazo! - o
sucesso vai persegui-los, precisamente porque vocês esqueceram de pensar nele”.
Que venha 2018!
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Fontes
(*) Viktor Frankl – Em Busca de Um
Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração – Editora Vozes – Já citado aqui
neste Blog
(**) Charles Swindoll ( 18 Outubro 1934 - ) – Pastor Evangélico Americano, autor,
radialista e educador comanda um programa de rádio que vai ao ar em 15 idiomas
e mais de 2.000 estações ao redor do mundo ( inclusive no Brasil – “Razão Para
Viver”) – Poema Atitude.
(***) William Douglas – Juiz Federal e
Educador – O Valor das Pessoas e Empresas Face a Crise Mundial – Dezembro 2008
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